Empresa carioca lança chocolate que utiliza cacau da agricultura familiar do Sul da Bahia com Indicação Geográfica

O cacau de origem do Sul da Bahia conquista novos mercados, com alto valor agregado. Uma empresa do Rio de Janeiro adquiriu amêndoas com certificado de origem do IG Cacau Sul da Bahia, do Assentamento Dois Riachões, para a produção do Chocolate Maré. O Dois Riachões tem o apoio do Projeto Alianças Produtivas, da Secretaria de Desenvolvimento Rural do Governo da Bahia.   O Alianças Produtivas tem a finalidade de promover a relação entre cooperativas, associações e o setor privado e tem como principal objetivo a efetivação de parcerias comerciais qualificadas e duradouras, com o propósito de garantir o acesso a mercados mais competitivos para os produtos da agricultura familiar.

Nesta quarta-feira (19) chegou ao mercado um novo chocolate produzido no Rio de Janeiro, o Chocolate Maré. A base de sua composição é o cacau produzido no Sul da Bahia, com certificação orgânica e Indicação Geográfica (IG), com o selo de Indicação de Procedência (IP).

A nova marca mantém processo artesanal e com a preocupação de produzir um chocolate de qualidade premium, e sem a adição de leite.

Segundo Roberto  Maciel, diretor da fábrica de chocolates carioca,  o Maré é o primeiro chocolate fora da Bahia a usar este cacau. “Percebemos um salto de qualidade na matéria prima recebida”, diz ele. “E só compramos cacau proveniente da agricultura familiar”, complementa.

“Escolhemos trabalhar com cacau Cabruca, um sistema de cultivo dos pés de cacau no meio da mata Atlântica que preserva a natureza e contribui para um mundo melhor. O nosso objetivo é produzir muito mais do que um doce. É um alimento que te leva para mais próximo da origem, sabores e essência do cacau”, diz.

Todo cacau colhido e fermentado passa por uma análise antes de ser comercializado e recebe o selo com um Qrcode mostrando a sua qualidade.

“Pagamos um valor alto e justo por cada semente de cacau, porque sabemos que não é fácil o dia a dia da colheita”.

 

Assentamento Dois Riachões

Empreendimento da agricultura familiar, o Assentamento Dois Riachões, em Ibirapitanga (BA) foi o primeiro produtor de cacau a receber o selo de Indicação Geográfica, que garante a rastreabilidade do cacau certificado. Em seguida, o cacau de Tomé-Açu, no Pará, também foi certificado com a IG.

Além da IG, o Dois Riachões também certificado com o selo Slow Food, instituição que incentiva o consumo de alimentos saudáveis, sustentáveis e que preservam as tradições locais.

O assentamento Dois Riachões faz parte do CETA – Movimento Estadual de Trabalhadores Assentados, Acampados e Quilombolas  e é a primeira área da Bahia com Certificação Orgânica Participativa, pela Rede de Agroecologia Povos da Mata.  O Assentamento  está localizado no município de Ibirapitanga, Território de Identidade Baixo Sul da Bahia e tem uma área de 406 hectares, com   40 famílias residentes. o assentamento é a primeira área da Bahia com Certificação Orgânica Participativa, pela Rede de Agroecologia Povos da Mata. Além disso, possui também a Certificação Socioambiental Internacional ECOCERT.

O assentamento faz parte da Cooperativa de Pequenos Produtores de Cacau, Mandioca e Banana do Centro Sul da Região Cacaueira (Coopercentrosul).

Cristiano Sant´Ana

“Estamos galgando pelo caminho do reconhecimento da qualidade de nossas amêdoas. A IG Sul da Bahia tem como Visão transformar a região em referência em cacau de qualidade superior, com muita transparência, inovação, respeito as tradições, demonstrando para o consumidor final todos os benefícios de se consumir um produto com procedência garantida, saudável, ambientalmente correto e socialmente justo”, afirma Cristiano Sant`Anna, diretor executivo da IG Cacau Sul da Bahia. “Parabéns à Maré Chocolates pela iniciativa, seja bem vinda ao Sul da Bahia”, diz

Adriana Reis

“O processo da IG Cacau Sul da Bahia vai ganhando maturidade e atraindo empresas de fora da Bahia que estão focadas em garantir a rastreabilidade e a qualidade dos seus chocolates para o consumidor final”, afirma Adriana Reis, gerente de qualidade do Centro de Inovação do Cacau. “É um momento muito oportuno pois o consumidor está cada vez mais consciente do que quer consumir e buscando produtos transparentes. O CIC tem o foco na qualificação do caca do Brasil e a parceria com a IG sul da Bahia é muito oportuna para garantir os processos de certificação da IG”, destaca.

 

 

 

Sabores

O Maré chega ao mercado com seis tipos de chocolates, apresentados em tabletes de 80 gramas.

O 65% cacau tem como diferencial a utilização do sal rosa do Himalaia e é adoçado com açúcar demerara. Já o 72% é adoçado com maçã. Há também uma edição especial do 72%, o Le Manjue, assinado pelo chef Renato Caleffi, do restaurante paulistano Le Manjue, pioneiro no Brasil em gastronomia funcional e orgânica. Também adoçado com maçã, leva sementes de cumaru, vindas da Amazônia. O 81% é adoçado com açúcar de coco. Finalmente, o 100% cacau não leva nenhum tipo de açúcar, só amêndoas de cacau e manteiga de cacau.

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Com informações de de Chico Junior, no Brasil247

 

 

 

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